segunda-feira, 31 de março de 2014

Capitulo 7 - Lúcifer



 Lúcifer

 A dimensão do inferno já era bem familiar, pelo menos algumas partes da periferia da capital. O inferno é como um mar de sofrimento praticamente infinito; quanto mais fundo você vai, mais difícil fica de voltar. Nem mesmo eu me atreveria a entrar fundo demais.
Havia um tempo que eu não entrava nessa dimensão, da ultima vez Massato tinha acabado de tomar o poder com uma estratégia maluca. O Inferno, diferente das outras dimensões tem o poder dividido; O regente faz as leis e monitora as almas, e quem executa essas leis são os quatro cavaleiros do Inferno, ou apocalipse como quiser (não sei como você os chama). A existência deles é totalmente diferente da de qualquer um. Até mesmo da Fênix, quero dizer, eles eram do nosso universo, mas eram completamente distintos. Mas o que importa, é que esses caras me odiavam. Massato uma vez me disse que eles fizeram um acordo primordial com Eric e isso se tornou a “Lei” deles “Nunca interferir com os vivos” e eu, bem, tinha trabalho a fazer e o Inferno é um lugar ótimo pra se conseguir informação barata.
Passamos pelo portão e aparecemos em uma sala redonda, com um enorme vidro retangular na frente, como um gigantesco camarote, entretanto as imagens nasciam no vidro como em câmeras de segurança.
- Não olhe demais pra elas – Massato avisou – Você pode se perder.
Eu e Nina desviamos o olhar e nos concentramos em Massato.
- Vamos dar inicio ao plano – Falei – Nina você pega a pedra com a minha energia; Vá até o mercado e cause um enorme escândalo, agüente o máximo que puder. Massato vai distrair os cavaleiros do Inferno enquanto eu vou até a prisão do Lúcifer.
- Mas como você vai esconder sua presença? Os guardas já devem ter sentido a Fênix – Ela perguntou – E, além disso, você vai libertar e lutar contra Lúcifer sozinho?
- Eu vou esconder a presença dele. John vá até a ultima torre do castelo, seu alvo está lá – Massato disse – É o mínimo que posso fazer. Quanto ao feitiço...
Ouvimos o som de passos e alarmes sendo disparadas e quatro presenças mortíferas (literalmente) se aproximavam de nós. Massato se aproximou e estendeu a mão, achei que fosse um ultimo cumprimento, mas não era só isso, senti a aura dele cobrindo a minha. O disfarce perfeito. Segurei Nina, invoquei meu cajado e coloquei sobre nós dois o melhor feitiço de invisibilidade que eu conhecia, duraria cerca de 5 minutos, mas nesse tempo nossa presença seria esquecida do mundo, tempo suficiente para chegarmos a nossos destinos.
Saímos pela sala e passamos por um corredor vermelho e preto, o que eu fiquei imaginando se seria sangue ou alguma tinta muito exótica. Chegamos ao hall principal, os sinais tocavam e guardas saiam de todos os cantos, indo em direção a praça principal. Alguns, que provavelmente tinham patentes maiores se mantinham no hall, formando um pelotão de elite. Eu e Nina nos entre olhamos e ela saiu correndo em direção a praça, assim como havíamos combinado, enquanto eu tomava um rumo diferente.  Corri o mais rápido que pude até o ultimo andar do Castelo, passando por inúmeros guardas, que corriam desesperadamente, deixando seus postos, mas alguma coisa estava errada, os guardas já estavam se dirigindo para a praça antes mesmo de Nina começar a chamar atenção. Alguma coisa estava acontecendo para chamar a atenção deles tanto quanto a presença da Fênix. Então algo me veio à mente: Talvez um poder do mesmo tamanho tivesse forçado a entrada... Bryan. É claro que ele não perderia a chance de ser o herói ajudando Ryan e Randy a me procurar. Havia também outra coisa me preocupando, Arion ainda não tinha aparecido e seria muito complicado desfazer o feitiço de aprisionamento sozinho.

Segui as coordenadas que Massato me dera. Na medida em que avançava não encontrava mais guardas, Nina e seja lá quem mais fosse estavam fazendo um bom trabalho.  Depois de passar por muitos corredores estranhos, ladeados por caveiras e portas com placas do tipo “masmorra 1” e “Fundamentos de tortura aplicada” alcancei um salão diferente. O lugar era dominado pela escuridão, como se a energia do mundo fosse proibida de entrar. Tentei invocar o fogo, uma magia que, mesmo antes da Fênix, era fácil para mim, pois sou um mago vermelho, mas a escuridão se condensou e engoliu o fogo... Literalmente.
Saquei meus dois revolveres e invoquei o cajado, o poder da Fênix fluía em meu corpo, como se ela também sentisse o perigo. Aquilo não era um inimigo que eu pudesse subestimar.
- Apareça! – Gritei, mas não obtive resposta – Você gosta de Luz não é? Tudo bem.
Guardei os revolveres e peguei o cajado que flutuava do meu lado para conjurar um feitiço. Veja bem, há muito tempo quando a tecnologia da Terra ainda era nível dois, a magia habitava nosso planeta. Aqueles que seguiam os ensinamentos conseguiam retirar poder diretamente da sopa de energia primordial, entretanto com todas as guerras e matanças os Terráqueos se tornaram gananciosos demais, fazendo com que a magia nos abandonasse. Então para conseguirmos fazer os encantamentos e feitiços precisaríamos utilizar de nossa própria energia, de nosso próprio espírito [Bryan está dizendo que o espírito é a parte da Alma em que habita a energia primordial que compõe nossa existência Tudo bem idiota eles não precisam saber de tudo] o que definitivamente é muito perigoso.
Comecei a recitar o encantamento, e faixas de fogo surgiram em minha volta e começara a me rodear, quase que imediatamente, o monstro de escuridão apareceu e iniciou o que ele imaginava ser um banquete. Ainda estava fraco. Concentrei mais poder e as chamas, que eram amarelas foram se tornando alaranjadas e em seguida vermelho.
- Você sabe jogar guerreiro. – Era uma voz muito grava, e que soava como uma gaita – Vamos brincar de verdade.
A escuridão do lugar começou a se mexer, indo em direção ao meio do salão, tomando uma forma humanóide, porém com braços e pernas muito longos. Um ser feito completamente de trevas. Ele esticou os enormes braços e o fogo em minha volta se extinguiu, fiquei surpreso, mas tinha funcionado; agora eu sabia contra o que eu estava lutando.
- Você é amaldiçoado certo?
- Então você sabe sobre nós – Ele falou – Nós já fomos esquecidos por aqueles chamados de Livres.
- Banidos, na verdade – Corrigi – Banidos por Elohim, o Regente. E dizimados por Lúcifer.
- Não Brande esses nomes em minha presença, mortal!
Pelo jeito ele não gostava muito da verdade. O amaldiçoado espalhou sua aura no ambiente, e isso foi uma surpresa pra mim. Por sorte a Fênix mantinha meus reflexos ativos e espalhei minha aura no mesmo momento. A aura dos amaldiçoados normalmente é de desespero, pois é por isso que eles receberam esse nome. Pessoas que amaldiçoaram seu destino no momento da morte e não conseguiram encontrar nenhum caminho no grande fluxo. São como fantasmas, só que com muito poder.
Deixei meu cajado flutuando e peguei os revolveres, precisava guardar energia mágica para enfrentar meu verdadeiro adversário.
- Você está mantendo muito bem sua aura – Provoquei – Por quanto tempo vai conseguir fazer isso?
- Eu vou devorar sua alma!
Ele gritou e sua forma escura começou a borbulhar, braços enormes saiam de suas costas, e suas pernas aumentaram de tamanho, rapidamente ele se transformou em um imenso felino com braços espalhados pelas costas, mas o rosto ainda continuava sem feições. Ele avançou e eu desviei para o lado a parede atrás de mim foi completamente destruída. Atirei nele com balas mágicas, mas não teve resultado, minhas balas estavam sendo completamente absorvidas. Eu não queria gastar mais energia do meu próprio espírito, precisa dar um jeito apenas com o que eu tinha em mãos.
Ele avançou de novo, dessa vez espalhando Miasma pela boca. Pulei pro lado oposto, mas uma das garras dele conseguiu me acertar e me derrubando. Ele investiu mais uma vez, enquanto eu caia.
- Está deixando este ser desprezível te acertar John? – Era a voz da Fênix  em minha mente– Me dê o controle do corpo e eu acabarei com todos os seus inimigos, vou realizar seus desejos.
- Não preciso de você pra acabar com esse cara!
Achei que estava respondendo mentalmente, mas na verdade eu gritei com o monstro e um impulso de fogo vindo do meu cajado o acertou em cheio, me dando tempo pra sair dali e ficar de costas pra abertura que ele havia feito antes. Peguei os revolveres e fechei os olhos, me lembrei da luta contra Bryan, e de como eu usei o poder da Fênix pra fugir de Ryan. E então senti o poder fluir mais uma vez, mas o monstro ainda não havia desistido a pressão da aura dele tinha aumentado. Essa seria a investida final.
- Você quer a minha alma gatinho? – provoquei mais uma vez – Vem buscar!
Usei o poder da Fênix e quando o amaldiçoado se aproximou eu me teletransportei para o outro lado da sala onde meu cajado estava. O monstro conseguiu frear a tempo de sair da sala, mas eu previra isso, e então o circulo de magia brilhou nos pés dele, ele tentou sair, mas bateu na barreira mágica que eu havia criado ali. Desfiz o cajado, guardei os revolveres e andei até o monstro.
- Você lutou bem, agora me conte onde é a prisão de Lúcifer!
- Você jamais derrotará o antigo Regente, guerreiro do fogo, ele é poderoso demais.
- Protegendo o homem que dizimou todos os seus companheiros?
Ele não tinha olhos, mas podia sentir que ele estava me observando, decidindo se valia à pena ou não me dizer a verdade.
- Siga até o fim do castelo... Massato prendeu Lúcifer na ultima torre, mas os quatro cavaleiros colocaram um feitiço nela, nem mesmo eu sei que feitiço seria.
- Certo, obrigado, você foi de muita ajuda.
Continuei meu caminho, passei o circulo mágico e estalei os dedos, criando um enorme obelisco de chamas vermelhas, reduzindo o monstro a nada, nem mesmo sobras.

Pelo caminho encontrei um ou dois guardas, desses que não saem de seus postos, em hipótese alguma, mas eram todos fracos demais comparados com o monstro amaldiçoado. Lúcifer foi um tolo em destruí-los, devia ter feito deles os guardas oficiais do Inferno. Finalmente cheguei a ultima torre e comecei a subir as escadas que eram estreitas e circulares. Eu não teria percebido se estivesse sozinho... A Fênix me avisara assim que eu entrei no feitiço:
- Idiota... Você está em looping, pare de correr!
- Minha percepção de tempo e espaço foi completamente apagada; esse feitiço é avançado demais, achei que somente Ryan e Randy poderiam fazer algo assim.
- Não é bem assim que a coisa funciona idiota. – A Fênix disse – Os senhores do tempo e espaço são agraciados com os segredos do universo, mas qualquer um que conseguir descobri-los também poderá fazer praticamente tudo que eles fazem. Provavelmente esses que você chama de cavaleiros do Inferno descobriram coisas demais por meios não convencionais, e então Eric fez um acordo com eles. Assim como fez comigo.
- Então você consegue nos tirar daqui?
- Não quero...
- Você é um bebê – Mais uma vez eu gritei de verdade ao invés de falar mentalmente -  Se eu ficar preso aqui, você também fica!
- Você quer encontrar Lúcifer não é, pois então pare de gritar comigo, e use meus olhos. Ele está bem na sua frente.
Ativei o poder da Fênix em meus olhos. Não gosto de fazer isso, pois a visão dela gasta muita energia física. Os degraus desapareceram e tudo ficou plano. Quatro pilastras enormes sustentavam a abóbada do que parecia uma igreja. Os bancos estavam empilhados em um canto juntamente com castiçais, e replicas de santos, mas no altar estava ele, crucificado em uma cruz de madeira, Lúcifer.
Enfim consegui encontrá-lo, o antigo regente do céu. Nem mesmo eu sei ao certo como ou porque Massato o tirou do poder, mas olhando assim ele não parecia ser um cara ruim. [Bryan está dizendo que os Regentes foram escolhidos por Eric. São almas que já deveria ter ido para um universo mais poderoso, mas preferiram continuar sua evolução ajudando o Mestre] Mas a verdade é que eu estava com um pouco de medo de enfrentá-lo, é eu estava com medo, mas isso não me parou; meu desejo de poder era ainda maior.
Invoquei meu cajado e um pergaminho. Sentei de frente para Lúcifer e comecei a entoar. Isso mesmo, eu entreguei o feitiço de aprisionamento para Massato, um feitiço que eu mesmo inventei para motivos que não vem ao caso agora. Era uma magia perigosa demais, com restrições demais para ser usada, mas Massato conseguiu, e não podia morrer com isso, pois ele, tecnicamente já estava morto. Entretanto fazer o comando inverso, não exigia praticamente energia alguma, apenas conhecer o feitiço original. O pergaminho continha uma quantidade extra de energia, que usei para me restaurar (a luta contra o amaldiçoado me desgastou mais do que eu havia imaginado) e comecei a recitar a magia.
A cruz começou a rachar e o corpo de Lúcifer ganhava brilho e vida pouco a pouco, quando terminei, ele iluminou toda a nave da igreja me cegando por alguns segundos. O brilho parou e ele desceu flutuando. Cabelos alaranjados e curtos, feições finas e olhos verdes. O brilho se transformou em uma calça verde militar e botas pretas.
- Obrigado por me libertar – Sua voz era incrivelmente normal – A quem devo minha gratidão?
- Meu nome é John, mas você não me deve nada, preciso de uma coisa que está com você.
- E o que seria? – ele perguntou – Como pode ver, fui selado por um verme, sem posse de nada.
- Já ouviu falar nas armas de Eric?
Acho que ele entendeu o que eu quis dizer, pois olhou para o próprio estomago como se agora tudo fizesse sentido.
- Diga-me guerreiro, como eu retiro esse poder, e lhe garantirei um papel de destaque no novo mundo que criarei!
- Você não entende nada do que está acontecendo no universo... Além disso, quem vai criar um novo mundo serei eu!
Peguei os dois revolveres e atirei sem parar. Lúcifer era forte, e rebateu todas as balas com a palma das mãos. Ambos pulamos para trás e expandimos as auras. Então uma coisa que eu nunca havia visto aconteceu, minha aura foi completamente sucumbida, entretanto eu não sentia os poderes da aura de Lúcifer sobre mim.
- Sua aura é poderosa, John –Ele disse – A Fênix encontrou um bom hospedeiro, mas não importa, pois enquanto estiver dentro do meu território, nenhum poder alem do meu poderá se sobressair. Se quiser me vencer terá que ser na força, pois no espírito você já perdeu. Vou destruir você e fazer você me dizer como eu retiro esse poder que reside dentro de mim!
Lúcifer possuía um dos tipos mais raros de auras; o da supressão. Pessoas com esse poder geralmente são fisicamente extraordinários, por isso são praticamente impossíveis de se vencer em uma luta justa, mas agora eu não podia parar. “Fênix, pode fazer alguma coisa contra isso?”. Sem resposta. Não sabia dizer se aura de Lúcifer cancelava até mesmo meu contato com o pássaro, ou se ele estava simplesmente me ignorando. Ia ter que lutar somente com o que eu tinha: um cajado que não servia pra muita coisa já que não podia usar minha aura, o que limitava o numero de magias que eu podia usar somente com energia física e dois revolveres.

Lúcifer era incrivelmente rápido, para quem tinha acabado de acordar [Sim Bryan, mais rápido que você] e começou a desferir socos que eu não conseguia defender. Uma seqüência de socos e fui jogado sobre a pilha de bancos. Rolei para o lado e comecei a atirar tudo que eu tinha, por sorte eu ainda conseguia produzir balas de fogo mágico com a energia física, mas era arriscado fazer isso, em breve não teria forças pra me mover. Parei de atirar procurando conservar minhas energias e corri em direção a ele. Levei alguns socos até conseguir acompanhar a velocidade dele. Não adiantou nada... Quando percebi o pé direito de Lúcifer já estava a centímetros de minha cabeça, fui jogado novamente na pilha de bancos.
Minha vontade era de ficar ali sabe, então pensei em Bryan, e como ele seria o grande herói do universo caso eu falhasse ali (pode pensar que eu sou invejoso, não ligo) e uma grande fúria me atingiu, levantei espalhando os bancos pra todos os lados. Meu espírito estava emanando um poder diferente da aura convencional, eu não sabia o que era, mas estava muito confiante. Peguei os revolveres e atirei novamente, ele tentou defender com as mãos, mas as balas o atingiram derrubando-o.
- Parece que você possui algo afinal de contas – Lúcifer parecia feliz – Assim será mais divertido, quando eu mandar você de volta pra sopa primordial!
Eu não esperei que ele terminasse, peguei o cajado e corri na direção dele. Pulei o mais alto que pude, envolvi o cajado com chamas azuis e o lancei. Peguei as armas e comecei a atirar enquanto caia [Não Bryan, essa estratégia não é sua]. Lúcifer tentou defender o cajado, mas o fogo azul começou a cobrir seu corpo, o que aumentava o poder das balas. O dano deveria ter sido gigantesco, mas ele começou a rir. Cheguei ao chão e parei de atirar, já que ele não parava de rir.
- Magnífico, John, magnífico!
Pulei para trás, um circulo mágico apareceu sobre os pés de Lúcifer e o cobriu com um brilho negro que logo se transformou em uma armadura e uma espada da mesma cor. Podia sentir a diferença de poderes; sem a Fênix não poderia derrotá-lo.
- Chegou a hora de virar NADA!
Ele esticou as mãos e uma onda de choque negro me atingiu, me deixando paralisado. Não havia o que fazer, Lúcifer deferiu um golpe com a espada que me atingiria no peito. Por sorte, meu cajado se moveu sozinho e defendeu o ataque, mas a espada de Lúcifer o partiu ao meio.
Eu ainda estava paralisado, a próxima espadada seria fatal, mas uma voz conhecida gritou de longe:
- Você não faria isso, faria Lúcifer?
Arion caminhava pela sala, tirando alguns bancos do caminho.
- Você se envolve com pessoas muito interessantes, Arion!
Para minha surpresa eles se conheciam. De certo, os efeitos do choque negro haviam terminado e eu consegui me mexer. Me afastei o Maximo que pude.
- Arion – Gritei – Você conhece esse cara?
- Digamos que nós lutamos juntos algumas vezes, há muito tempo atrás – Ele respondeu.
- Arion – Disse Lúcifer – nós lutamos juntos no passado, mas agora eu irei destruir vocês dois.
- Sem ressentimentos!
Arion olhou para mim e eu entendi de imediato, nós dois lutávamos muito bem em conjunto e essa seria a melhor hora.






















Miguel

sexta-feira, 21 de março de 2014

Capitulo 6 – Caveiras de demônios



Caveiras de demônios 

John

Sim, eu forcei uma porta inter-espacial que só o senhor do espaço pode ver, mas não fui tão bem sucedido quanto gostaria. Quando forcei a abertura da porta, imaginei que voltaria para a Terra, entretanto a porta se abriu em um planeta, a quatro sistemas solares do imaginado, com o nome de Horion. O planeta era habitado por uma raça canina humanoide, mas isso não interessa, o que importa é que eles possuíam tecnologia de nível sete; suficientemente avançados para que eu roubasse uma nave e partisse para a Terra. Não foi tão fácil assim na verdade, pois enquanto eu caminhava normalmente no mercado central, (Sim, varias espécies se reuniam ali, para compra e venda e não se importariam comigo) em certo momento vários cartazes chamaram minha atenção. Para minha alegria, eu era procurado naquele planeta.
Em meio a multidão algumas pessoas começaram a me seguir com olhares, apertei o passo e me escondi num beco próximo. Alguns caçadores já haviam percebido minha presença e passaram direto. Precisava sair logo dali, e encontrar aquela pessoa logo, para por meu plano em ação. Por sorte o mercado era extremamente mal estruturado o que me dava muitos locais para me esconder, até que cheguei a um imenso hangar, com naves decolando e pousando o tempo todo. Foi então que vi minha passagem de volta para casa. Um cargueiro gigantesco estava de partida, um pequeno alienígena azulado extremamente feio dava comandos em uma língua estranha para os trabalhadores entrarem, mas ele não prestava atenção em quem realmente estava entrando, me aproveitei e entrei na nave, e escondendo logo em seguida em um dos compartimentos. A nave decolou em direção a um sistema solar anterior ao de Horion, mais próximo da Terra. Esperei até que chegassem a seu destino e enquanto estavam ocupados descarregando, roubei um suprimento de armas, comida e o mais importante, uma nave menor de patrulha que existe em todos os cargueiros, suficiente para me levar de volta pra Terra.

A viagem de volta teria demorado milênios, literalmente. A minha pequena nave não possuía sistema propulsão máxima. Veja bem, esse é o sistema padrão que nos permite ultrapassar a velocidade da luz sem que sejamos desfragmentados em átomos; o sistema de “dobra” que você vê nos filmes, não existe. Dobrar o espaço é praticamente impossível. Entretanto com o poder da Fênix consegui um efeito muito similar e consegui chegar a Terra em algumas semanas. Agora que estava aqui, precisava voltar para minha base, meus companheiros já deviam estar me esperando.
A minha “base” ficava em Londres, um prédio abandonado na Soho Street. Mortais não viam o prédio graças às barreiras mágicas que eu mesmo coloquei, até mesmo certas pessoas teriam dificuldade em vê-la.
Quando entrei, meus companheiros já estavam me esperado como havia imaginado. Subi a velha escada e os encontrei no maior cômodo do prédio: Nina estava sentada em um banco de frente para a porta, como um cão de guarda. Cabelos longos e negros moldavam um rosto altivo e imponente, ela usava uma camiseta vermelho sangue, calças jeans, com as barras dentro de um coturno de cano alto. Escorado na janela, de costas, Arion observava o movimento dos carros. Cabelos lisos até os ombros, iguais aos meus, porem seu rosto era mais velho e aparentemente cansado; estava usando sua habitual capa de batalha que cobria seu corpo inteiro. No momento em que entrei, Nina se levantou e pulou em mim.
- Achei que você nunca fosse chegar – Ela disse.
- Aconteceram muitas coisas. – Respondi colocando-a de volta no banco – Vocês nem imaginam, o quão rápido nossa empresa vai crescer.
Contei a eles toda a historia, desde a batalha contra Bryan, passando pela visita de Ryan e Randy até chegar à minha fuga improvisada e a chegada até a Terra.
- E o que faremos? – Arion Perguntou, ainda olhando para os carros lá em baixo.
- No inicio, eu pensei em simplesmente deixar o Caos dominar, mas pensando um pouco no assunto, Bryan pode ter razão. Não vai sobrar uma única alma viva em nenhuma das três dimensões. Então eu tive outra ideia. Quando o Mestre se libertar, Bryan e os outros estarão lá, mas estarão despreparados, e então, quando eu chegar, vou usar o poder deles, para destruir o Mestre e tomar o lugar dele! É isso que faremos.
- Não é do seu feitio querer dominar as coisas – Nina falou.
- E como você pensa em derrotar o Mestre? – Arion se manifestou – Espero que tenha um bom plano.
- Na verdade, Arion, o nosso plano está atrasado...
Quando terminei de dizer, o lugar ficou completamente enevoado. A névoa branca e cinza começara a dar forma a duas caveiras de demônios de costas uma pra outra. O portal se formou entre as caveiras e se abriu, revelando parte da dimensão do Inferno, pequenos guerreiros mortos se aproximavam, mas foram evaporados na medida em que um homem com vestes de samurai passava por eles. O samurai sai do portal e as portas se fecham; as caveiras voltam a ser névoa, mas não desaparecem do quarto.
- Vocês já ouviram falar na profecia de Eric? – Disse o samurai enquanto levantava as mãos em minha direção para me cumprimentar.
- Vocês só podem estar brincando – Nina levantou assustada – Esse cara vai ajudar a gente?
- Eu teria mais respeito mocinha, esse cara tem nome e patente. – O samurai falou – Massato, Regente da dimensão do Inferno.
- Blá blá blá... Regente que deu um golpe de Estado e tirou Lúcifer do poder. Até hoje não sei como você convenceu aqueles quatro a te seguir. John, eu não gosto dele – Nina falou, irritada.
- Nina, se acalme – Arion se pronunciou e finalmente parou de olhar para os carros – Quer dizer então, que a lenda é real? Explique isso Massato.
- Como eu ia dizendo, a profecia de Eric. O primeiro Mestre do universo possuía inúmeros poderes. Tempo e espaço se rendiam a ele, e não só isso, seu espírito possuía o que chamamos de “Aura da criação”, com isso Eric podia desmanchar sua alma em níveis espirituais desconhecidos e se espalhar em qualquer lugar do tempo e espaço. E a profecia diz que Eric, antes de passar seu posto, dividiu seus poderes em duas armas, que só poderiam ser encontradas por aqueles que fossem realmente...
- Merecedores? – Nina interrompeu.
- Não Nina. Só poderiam ser encontradas por aqueles que fossem realmente, inteligentes o bastante.
- E é isso que você pretende usar para destruir o Mestre. – Arion disse – Você não pensou nisso tudo em uma epifania não é mesmo John?
- Digamos que é o momento exato, para o plano exato. – Respondi.
- Certo, mas o que esse cara tem a ver com isso? – Nina perguntou – Porque precisamos da ajuda dele?
- Acontece que, eu sei aonde se encontra, uma das armas de Eric, querida. – Massato disse com um sorriso sarcástico – Naquela vez, quando assumi o poder, Lúcifer usou sua aura em mim, mas eu havia me preparado, um feitiço antigo me protegeu dos efeitos de sua aura e antes de realizar meu plano para prendê-lo eu pude sentir um poder diferente vindo de dentro de Lúcifer. Foi por apenas alguns décimos de segundo, mas eu tenho certeza, nunca confundiria aquela aura na vida. Uma das armas de Eric está presa dentro da alma de Lúcifer.
- Então o que temos que fazer é; ir até o inferno e retirar a arma de dentro da alma do tio iluminado? – Nina perguntou.
- Não é tão fácil assim. – Respondi – Quando Massato prendeu Lúcifer, ele utilizou duas coisas. A primeira foi um feitiço muito arriscado e proibido, que deixa a alma da pessoa em estado de animação suspensa e a segunda, foi a ajuda daqueles quatro. No inferno, o Regente controla metade das forças, e eles controlam a outra metade. Não sei o que ele fez para convencê-lo a se virar contra Lúcifer, mas normalmente sua lealdade para com o Regente é inquestionável. Isso significa que, para retirarmos o poder de Eric, precisaremos acordar Lúcifer, o que pode despertar suspeitas e além de termos que lutar contra o antigo Regente, podemos dar inicio a uma guerra da qual não sairemos vivos.
Nós quatro conversamos durante algumas horas e formulamos um plano que deveria funcionar. Minha presença no inferno era bastante conhecida, constantemente a Fênix me ajudava a criar um portal interdimensional para lá. Veja bem, ela é atraída por ódio, e o Inferno é o melhor lugar para se encontrar isso. Então, nós disfarçaríamos Nina com uma pedra de energia da Fênix (condensar energia até se tornar sólida não é tão fácil quanto parece) para distrair a atenção dos guardas e Massato distrairia nossos quatro inimigos principais, enquanto eu e Arion iríamos atrás da arma de Eric. Era relativamente simples, mas objetivo.
- Se estiverem todos prontos, abrirei o Portal – Disse Massato.
- Espere – Arion falou – Parece que temos uma visita. Podem ir na frente, eu cuido disso.
Se havia alguém nos espionando ali, eu não imaginava, a pessoa era realmente um mestre, mas eu confiava o suficiente em Arion.
- Certo – Falei – Abra o portal, vamos andando. Arion, não sei o que está havendo, mas não morra.
- Não se preocupe com isso, apenas vá.
Massato vez a nevoa tomar a forma das duas caveiras de demônio e atravessamos o Portal para o inferno, sem saber o que aconteceria com Arion.

segunda-feira, 17 de março de 2014

Capitulo 5 - Miasma



Miasma



Eu e Yukina não nos víamos há algum tempo e depois de decidirmos como nos dividiríamos para procurar John, fomos conversar em um quarto separado dos outros, precisava conversar com ela, estar com ela.
- Você é inconsequente demais – Ela disse me olhando nos olhos – nunca liga se vai me deixar preocupada ou não... – Não me atrevi a responder – Nem mesmo me avisou que atravessaria para a dimensão dos Livres em missão. Parece que você está se esquecendo de mim.
Eu queria gritar na mesma hora que não era verdade, mas entendia perfeitamente a situação, e sabia que não era a primeira vez que algo assim acontecia. Embora seja a primeira vez que o universo esteja em minhas mãos.
- Yukina, eu não sei o que dizer, ou melhor, não tenho que dizer. Reconheço meu erro.
- Bryan, você é o homem mais honrado que eu conheci, mas essa honra não adiantará de nada se você insistir no mesmo erro sempre – Ela não tirava os olhos dos meus, o que me deixava completamente desconfortável.
Não sabia o que dizer. Yukina possuía o dom de me deixar sem palavras. Por sorte, fui salvo pela sombra de Priston passando pelo corredor vagarosamente. Levantei-me pra ajudá-lo a chegar até a cozinha, aonde Adric e Miguel ainda conversavam sobre os possíveis planetas em que John poderia ter ido.
- Você não deve se mover assim, velho – Disse enquanto o apoiava – Precisa descansar.
- Vocês me subestimam demais, só porque eu sou velho. Já estou bem Bryan, me dê apenas mais 10 minutos e estarei pronto pra outra.
Ele se sentou de frente para Miguel; Yukina estava logo atrás de nós e se sentou ao meu lado, me lançando olhares que diziam “Continuamos depois”.
- Muito bem, o que vamos fazer? – Priston perguntou.
- Mestre, você deve ficar – Miguel disse tentando ser gentil – vamos nos dividir e procurar pelo mercenário.
O velho fez uma cara de espanto e surpresa, coçou a barba e depois a cabeça. Então ele agitou os dedos e um pentagrama apareceu no chão de onde seu cajado surgiu. Um brilho muito grande iluminou o ambiente e quando Priston pegou seu objeto mágico, uma coroa celestial apareceu em sua cabeça, suas vestes também brilharam e mudaram, retirando o manto de repouso e dando lugar para um altivo e suntuoso manto azul Royal.
- Às vezes... Tenho a impressão de que vocês se esquecem de quem eu sou!
Nós ficamos em espanto, haviam acontecido tantas coisas que realmente nos esquecemos que aquele velho, que há minutos atrás estava à beira da morte, é o Regente da dimensão do céu.
- O que faremos agora? Priston perguntou enquanto se ajeitava na cadeira.
- Vamos atrás do Mercenário – Adric disse enquanto palitava os dentes.
Eu mesmo não sabia como faríamos isso. Veja bem, se você acha complicado procurar as coisas que você perde no seu quarto, imagine procurar uma pessoa no universo inteiro. Era essa a nossa missão inicial, (isso se o Mestre não saísse de sua prisão e destruísse tudo) e não tínhamos sequer um modelo de nave forte o suficiente para atravessar o portal interdimensional. Tentei parecer  confiante, mas acho que não muito convincente.
- Pessoal – Falei – Precisaremos de um meio de transporte para transitar entre os planetas da dimensão dos Livres, e não temos nenhuma, precisamos pensaremos ir para um planeta em nossos corpos emprestados e conseguir alguma.
- Na verdade... – Priston interveio falando sorridente – Nós temos uma!

Aprontamos-nos rapidamente para iniciarmos a busca. Adric deu adeus a sua casa e tenho certeza que vi uma lagrima cair, pois ele sabia que não voltaria, pelo menos não tão cedo. Saímos em direção ao castelo, e atravessamos a floresta de sequóia em apenas metade do dia; decidimos não parar pra acampar e quando amanheceu já estávamos entrando nos jardins de Rafael, entretanto nos deparamos com algo que não poderíamos prever. Pelo visto, Alexia conseguira amenizar os efeitos da aura, entretanto agora ela havia se transformado em Miasma. O Miasma é um tipo de aura venenosa geralmente encontrada em monstros mágicos e demônios. O ponto positivo é que o Miasma é fraco, suficiente para afetar apenas seres vivos que possuem a mente muito fraca; O negativo é que se espalha muito mais rápido que uma aura densa. Não sabíamos como as pessoas estavam, e também não poderíamos descobrir quanto tempo demoraria até que o Miasma se espalhasse por toda a dimensão.
- Priston vai ser perigoso pra você – Miguel se pronunciou – Fique atrás.
- Miguel, apenas observe...
Priston caminhou e sumiu no Miasma, ouvimos o som de seu cajado bater no chão e sentimos a aura do velho se espalhar pelo ambiente. A nevoa venenosa de cor arroxeada entrava no campo da aura de Priston e se tornava verde, em seguida amarela e se dissipava.
-... Vocês vêm ou não?
Estávamos seguindo rápido, mais alguns minutos e estaríamos no Castelo, nenhum de nós sabia que havia uma nave ali, mas se Priston disse, então deveria ser verdade, talvez uma passagem secreta na masmorra. Já conseguia ver o castelo e como eu temia nenhum guarda nos parou, o que significava que ou foram mortos, ou estavam envenenados pelo Miasma, agonizando até morrerem ou amaldiçoarem seus destinos por conta própria. Então, ouvimos o barulho de passos.
- O que é isso? – Yukina Perguntou sacando sua espada.
- São... Nossos companheiros – Respondi, sacando minha espada também.
A nossa frente já era possível vê-los, um pequeno pelotão de 50 anjos treinados prontos para nos atacar. O som dos passos começou a vir de outros lados também, e quando percebemos estávamos cercados por um exercito inteiro pronto para nos matar. Um exército de ex- companheiros.
Priston tentou usar sua aura para purificar os Anjos, mas já era tarde, todos ali já haviam amaldiçoado seus destinos e estavam sendo controlados pelo Mestre. Precisamos lutar para abrir caminho e chegar ao Castelo.
- Não vamos matá-los – Disse Miguel.
Pensamos que seria fácil pra nós, afinal ali estavam os três arcanjos, o regente do céu e um antigo guerreiro tão poderoso quanto nós.  Mas o exército inteiro espalhou suas respectivas auras e estava difícil manter a área limpa de Miasma. Priston ficou no centro, espalhando sua aura e dissipando o Miasma, Adric também foi para o meio e ficou de costas para o Velho; invocou uma barreira que impedia que a aura do inimigo condensa-se e suprimisse a nossa, enquanto isso eu, Miguel e Yukina interceptávamos os soldados que vinham de cada lado.
- Isso não vai adiantar – Yukina gritou ao mesmo tempo em que desmaiava um soldado – São muitos!
- Miguel – Eu o chamei – Tive um plano, segure o meu lado também!
Não sabia se funcionaria, e ao mesmo tempo estava com medo que funcionasse bem demais, por isso pedi a Adric para intensificar a barreira. Saltei com toda a minha força para cima, saindo da barreira. Enquanto subia concentrei o poder de Acalantes formando asas de pura energia gélida. Trouxe minha aura de volta ao meu interior e acumulei o máximo de poder que consegui.
- O que está planejando? – A voz de Acalantes ecoou em minha mente.
- Precisarei de mais energia para fazer o que pensei e se puder me ajudar, vai descobrir.
Senti a força de Acalantes em meu espírito, um poder inebriante. Estava pronto, o medo se desfez de minha mente e ou ouvi outra voz gritando meu nome. “Bryan!”. A voz de Yukina me chamava, pois o Miasma presente me envolvera, desfazendo minhas asas.
Enquanto caia, terminei de juntar a quantidade de poder que precisava, e gritei para meus companheiros ficar o mais próximo possível de Adric.
- ADRIC, FORTALEÇA A BARREIRA AINDA MAIS!
Eles ficaram juntos e Adric encolheu a barreira. Já estava bem perto do chão, peguei minha espada e concentrei toda a energia nela. Alguns soldados olhavam pra cima, enquanto a maioria tentava desesperadamente quebrar a proteção deles; quando estava a poucos metros atirei a espada para o chão com toda a força que tinha e fiz as asas aparecerem novamente parando minha queda.

O poder contido na espada se espalhou no momento em que tocou o chão. As plantas do jardim se congelaram, o Miasma desapareceu instantaneamente, e os soldados pararam de se mover. Adric desfez a barreira enquanto eu pousava.
- O que foi que você fez? – Yukina veio até mim e parou antes de me abraçar – Eles não estão congelados.
- Na verdade estão sim – Não era só Yukina que estava se afastando, todos me olhavam com medo no olhar – Eu congelei o espírito deles.
- Por isso pediu para que eu intensificasse a barreira.
- Era o único jeito, mas não se preocupem, não posso usar essa habilidade sempre que quero, podem tirar essas caras de medo do rosto.
Continuei andando na frente de todos, já que não havia mais Miasma por perto e logo cheguei ao Castelo, que estava completamente vazio. Yukina chegou logo atrás e segurou minha mão.
- Desculpe, é que foi realmente inesperado, nunca tinha ouvido falar em magia que congelasse o espírito das pessoas.
- Esta tudo bem, eu entendo... E na verdade essa magia não existia.
Agora podia ver em seu rosto o ar de admiração que eu costumava ver, segurei a mão dela de volta, Miguel e os outros chegaram, e Priston nos guiou pelo castelo.

O Velho andava em direção a sua sala, e não as masmorras o que nos deixou confusos. Como poderia haver uma passagem ali? Quando chegamos ao salão do abismo, ninguém parou, todos continuaram andando sem nenhuma duvida no coração e paramos em frente a cadeira de  Priston.
- Então – Miguel perguntou – Onde esta a nossa nave?
- Ora meus caros, nós já estamos nela.
Priston bateu o cajado no chão e o Castelo inteiro começou a tremer, conseguíamos ouvir o som de enormes engrenagens velhas começando a girar vagarosamente enquanto a cadeira descia para o abismo e em seu lugar subia uma mesa de comando. Do lado de fora, duas torres se abaixaram jogando jatos de fogo para o chão fazendo o castelo se inclinar. Priston bateu seu cajado no chão mais uma vez e as outras duas torres do seguiram o exemplo, fazendo com que flutuássemos céu acima. Em uma terceira batida de cajado os propulsores ficaram ainda mais potentes, e quando atingimos uma velocidade considerável o Velho olhou para Miguel que entendeu imediatamente; sacou sua espada e a ergueu para cima, fazendo um circulo gigantesco aparecer no céu, pelo qual passamos indo direto para a dimensão dos Livres.
- Vamos começar a nossa busca – Yukina respirou fundo – e salvar o Universo.