Lúcifer
A dimensão do inferno já era bem familiar, pelo menos
algumas partes da periferia da capital. O inferno é como um mar de sofrimento
praticamente infinito; quanto mais fundo você vai, mais difícil fica de voltar.
Nem mesmo eu me atreveria a entrar fundo demais.
Havia um tempo que eu não entrava nessa dimensão, da ultima
vez Massato tinha acabado de tomar o poder com uma estratégia maluca. O
Inferno, diferente das outras dimensões tem o poder dividido; O regente faz as
leis e monitora as almas, e quem executa essas leis são os quatro cavaleiros do
Inferno, ou apocalipse como quiser (não sei como você os chama). A existência
deles é totalmente diferente da de qualquer um. Até mesmo da Fênix, quero
dizer, eles eram do nosso universo, mas eram completamente distintos. Mas o que
importa, é que esses caras me odiavam. Massato uma vez me disse que eles
fizeram um acordo primordial com Eric e isso se tornou a “Lei” deles “Nunca
interferir com os vivos” e eu, bem, tinha trabalho a fazer e o Inferno é um
lugar ótimo pra se conseguir informação barata.
Passamos pelo portão e aparecemos em uma sala redonda, com
um enorme vidro retangular na frente, como um gigantesco camarote, entretanto
as imagens nasciam no vidro como em câmeras de segurança.
- Não olhe demais pra elas – Massato avisou – Você pode se
perder.
Eu e Nina desviamos o olhar e nos concentramos em Massato.
- Vamos dar inicio ao plano – Falei – Nina você pega a pedra
com a minha energia; Vá até o mercado e cause um enorme escândalo, agüente o máximo
que puder. Massato vai distrair os cavaleiros do Inferno enquanto eu vou até a
prisão do Lúcifer.
- Mas como você vai esconder sua presença? Os guardas já devem
ter sentido a Fênix – Ela perguntou – E, além disso, você vai libertar e lutar
contra Lúcifer sozinho?
- Eu vou esconder a presença dele. John vá até a ultima
torre do castelo, seu alvo está lá – Massato disse – É o mínimo que posso
fazer. Quanto ao feitiço...
Ouvimos o som de passos e alarmes sendo disparadas e quatro
presenças mortíferas (literalmente) se aproximavam de nós. Massato se aproximou
e estendeu a mão, achei que fosse um ultimo cumprimento, mas não era só isso,
senti a aura dele cobrindo a minha. O disfarce perfeito. Segurei Nina, invoquei
meu cajado e coloquei sobre nós dois o melhor feitiço de invisibilidade que eu
conhecia, duraria cerca de 5 minutos, mas nesse tempo nossa presença seria
esquecida do mundo, tempo suficiente para chegarmos a nossos destinos.
Saímos pela sala e passamos por um corredor vermelho e
preto, o que eu fiquei imaginando se seria sangue ou alguma tinta muito
exótica. Chegamos ao hall principal, os sinais tocavam e guardas saiam de todos
os cantos, indo em direção a praça principal. Alguns, que provavelmente tinham
patentes maiores se mantinham no hall, formando um pelotão de elite. Eu e Nina
nos entre olhamos e ela saiu correndo em direção a praça, assim como havíamos combinado,
enquanto eu tomava um rumo diferente.
Corri o mais rápido que pude até o ultimo andar do Castelo, passando por
inúmeros guardas, que corriam desesperadamente, deixando seus postos, mas
alguma coisa estava errada, os guardas já estavam se dirigindo para a praça
antes mesmo de Nina começar a chamar atenção. Alguma coisa estava acontecendo
para chamar a atenção deles tanto quanto a presença da Fênix. Então algo me
veio à mente: Talvez um poder do mesmo tamanho tivesse forçado a entrada...
Bryan. É claro que ele não perderia a chance de ser o herói ajudando Ryan e
Randy a me procurar. Havia também outra coisa me preocupando, Arion ainda não
tinha aparecido e seria muito complicado desfazer o feitiço de aprisionamento
sozinho.
Segui as coordenadas que Massato me dera. Na medida em que
avançava não encontrava mais guardas, Nina e seja lá quem mais fosse estavam
fazendo um bom trabalho. Depois de
passar por muitos corredores estranhos, ladeados por caveiras e portas com
placas do tipo “masmorra 1” e “Fundamentos de tortura aplicada” alcancei um
salão diferente. O lugar era dominado pela escuridão, como se a energia do
mundo fosse proibida de entrar. Tentei invocar o fogo, uma magia que, mesmo
antes da Fênix, era fácil para mim, pois sou um mago vermelho, mas a escuridão
se condensou e engoliu o fogo... Literalmente.
Saquei meus dois revolveres e invoquei o cajado, o poder da
Fênix fluía em meu corpo, como se ela também sentisse o perigo. Aquilo não era
um inimigo que eu pudesse subestimar.
- Apareça! – Gritei, mas não obtive resposta – Você gosta de
Luz não é? Tudo bem.
Guardei os revolveres e peguei o cajado que flutuava do meu
lado para conjurar um feitiço. Veja bem, há muito tempo quando a tecnologia da
Terra ainda era nível dois, a magia habitava nosso planeta. Aqueles que seguiam
os ensinamentos conseguiam retirar poder diretamente da sopa de energia
primordial, entretanto com todas as guerras e matanças os Terráqueos se
tornaram gananciosos demais, fazendo com que a magia nos abandonasse. Então
para conseguirmos fazer os encantamentos e feitiços precisaríamos utilizar de
nossa própria energia, de nosso próprio espírito [Bryan está dizendo que o
espírito é a parte da Alma em que habita a energia primordial que compõe nossa existência
Tudo bem idiota eles não precisam saber de tudo] o que definitivamente é muito
perigoso.
Comecei a recitar o encantamento, e faixas de fogo surgiram
em minha volta e começara a me rodear, quase que imediatamente, o monstro de
escuridão apareceu e iniciou o que ele imaginava ser um banquete. Ainda estava
fraco. Concentrei mais poder e as chamas, que eram amarelas foram se tornando
alaranjadas e em seguida vermelho.
- Você sabe jogar guerreiro. – Era uma voz muito grava, e
que soava como uma gaita – Vamos brincar de verdade.
A escuridão do lugar começou a se mexer, indo em direção ao
meio do salão, tomando uma forma humanóide, porém com braços e pernas muito
longos. Um ser feito completamente de trevas. Ele esticou os enormes braços e o
fogo em minha volta se extinguiu, fiquei surpreso, mas tinha funcionado; agora
eu sabia contra o que eu estava lutando.
- Você é amaldiçoado certo?
- Então você sabe sobre nós – Ele falou – Nós já fomos
esquecidos por aqueles chamados de Livres.
- Banidos, na verdade – Corrigi – Banidos por Elohim, o
Regente. E dizimados por Lúcifer.
- Não Brande esses nomes em minha presença, mortal!
Pelo jeito ele não gostava muito da verdade. O amaldiçoado
espalhou sua aura no ambiente, e isso foi uma surpresa pra mim. Por sorte a
Fênix mantinha meus reflexos ativos e espalhei minha aura no mesmo momento. A
aura dos amaldiçoados normalmente é de desespero, pois é por isso que eles
receberam esse nome. Pessoas que amaldiçoaram seu destino no momento da morte e
não conseguiram encontrar nenhum caminho no grande fluxo. São como fantasmas,
só que com muito poder.
Deixei meu cajado flutuando e peguei os revolveres,
precisava guardar energia mágica para enfrentar meu verdadeiro adversário.
- Você está mantendo muito bem sua aura – Provoquei – Por quanto
tempo vai conseguir fazer isso?
- Eu vou devorar sua alma!
Ele gritou e sua forma escura começou a borbulhar, braços
enormes saiam de suas costas, e suas pernas aumentaram de tamanho, rapidamente
ele se transformou em um imenso felino com braços espalhados pelas costas, mas
o rosto ainda continuava sem feições. Ele avançou e eu desviei para o lado a
parede atrás de mim foi completamente destruída. Atirei nele com balas mágicas,
mas não teve resultado, minhas balas estavam sendo completamente absorvidas. Eu
não queria gastar mais energia do meu próprio espírito, precisa dar um jeito
apenas com o que eu tinha em mãos.
Ele avançou de novo, dessa vez espalhando Miasma pela boca.
Pulei pro lado oposto, mas uma das garras dele conseguiu me acertar e me
derrubando. Ele investiu mais uma vez, enquanto eu caia.
- Está deixando este ser desprezível te acertar John? – Era a
voz da Fênix em minha mente– Me dê o
controle do corpo e eu acabarei com todos os seus inimigos, vou realizar seus
desejos.
- Não preciso de você pra acabar com esse cara!
Achei que estava respondendo mentalmente, mas na verdade eu
gritei com o monstro e um impulso de fogo vindo do meu cajado o acertou em
cheio, me dando tempo pra sair dali e ficar de costas pra abertura que ele
havia feito antes. Peguei os revolveres e fechei os olhos, me lembrei da luta
contra Bryan, e de como eu usei o poder da Fênix pra fugir de Ryan. E então
senti o poder fluir mais uma vez, mas o monstro ainda não havia desistido a
pressão da aura dele tinha aumentado. Essa seria a investida final.
- Você quer a minha alma gatinho? – provoquei mais uma vez –
Vem buscar!
Usei o poder da Fênix e quando o amaldiçoado se aproximou eu
me teletransportei para o outro lado da sala onde meu cajado estava. O monstro
conseguiu frear a tempo de sair da sala, mas eu previra isso, e então o circulo
de magia brilhou nos pés dele, ele tentou sair, mas bateu na barreira mágica
que eu havia criado ali. Desfiz o cajado, guardei os revolveres e andei até o monstro.
- Você lutou bem, agora me conte onde é a prisão de Lúcifer!
- Você jamais derrotará o antigo Regente, guerreiro do fogo,
ele é poderoso demais.
- Protegendo o homem que dizimou todos os seus companheiros?
Ele não tinha olhos, mas podia sentir que ele estava me
observando, decidindo se valia à pena ou não me dizer a verdade.
- Siga até o fim do castelo... Massato prendeu Lúcifer na
ultima torre, mas os quatro cavaleiros colocaram um feitiço nela, nem mesmo eu
sei que feitiço seria.
- Certo, obrigado, você foi de muita ajuda.
Continuei meu caminho, passei o circulo mágico e estalei os
dedos, criando um enorme obelisco de chamas vermelhas, reduzindo o monstro a
nada, nem mesmo sobras.
Pelo caminho encontrei um ou dois guardas, desses que não
saem de seus postos, em hipótese alguma, mas eram todos fracos demais
comparados com o monstro amaldiçoado. Lúcifer foi um tolo em destruí-los, devia
ter feito deles os guardas oficiais do Inferno. Finalmente cheguei a ultima
torre e comecei a subir as escadas que eram estreitas e circulares. Eu não teria
percebido se estivesse sozinho... A Fênix me avisara assim que eu entrei no
feitiço:
- Idiota... Você está em looping, pare de correr!
- Minha percepção de tempo e espaço foi completamente
apagada; esse feitiço é avançado demais, achei que somente Ryan e Randy poderiam
fazer algo assim.
- Não é bem assim que a coisa funciona idiota. – A Fênix
disse – Os senhores do tempo e espaço são agraciados com os segredos do
universo, mas qualquer um que conseguir descobri-los também poderá fazer
praticamente tudo que eles fazem. Provavelmente esses que você chama de
cavaleiros do Inferno descobriram coisas demais por meios não convencionais, e
então Eric fez um acordo com eles. Assim como fez comigo.
- Então você consegue nos tirar daqui?
- Não quero...
- Você é um bebê – Mais uma vez eu gritei de verdade ao invés
de falar mentalmente - Se eu ficar preso
aqui, você também fica!
- Você quer encontrar Lúcifer não é, pois então pare de
gritar comigo, e use meus olhos. Ele está bem na sua frente.
Ativei o poder da Fênix em meus olhos. Não gosto de fazer
isso, pois a visão dela gasta muita energia física. Os degraus desapareceram e
tudo ficou plano. Quatro pilastras enormes sustentavam a abóbada do que parecia
uma igreja. Os bancos estavam empilhados em um canto juntamente com castiçais,
e replicas de santos, mas no altar estava ele, crucificado em uma cruz de
madeira, Lúcifer.
Enfim consegui encontrá-lo, o antigo regente do céu. Nem
mesmo eu sei ao certo como ou porque Massato o tirou do poder, mas olhando
assim ele não parecia ser um cara ruim. [Bryan está dizendo que os Regentes
foram escolhidos por Eric. São almas que já deveria ter ido para um universo
mais poderoso, mas preferiram continuar sua evolução ajudando o Mestre] Mas a
verdade é que eu estava com um pouco de medo de enfrentá-lo, é eu estava com
medo, mas isso não me parou; meu desejo de poder era ainda maior.
Invoquei meu cajado e um pergaminho. Sentei de frente para
Lúcifer e comecei a entoar. Isso mesmo, eu entreguei o feitiço de
aprisionamento para Massato, um feitiço que eu mesmo inventei para motivos que
não vem ao caso agora. Era uma magia perigosa demais, com restrições demais
para ser usada, mas Massato conseguiu, e não podia morrer com isso, pois ele,
tecnicamente já estava morto. Entretanto fazer o comando inverso, não exigia
praticamente energia alguma, apenas conhecer o feitiço original. O pergaminho
continha uma quantidade extra de energia, que usei para me restaurar (a luta
contra o amaldiçoado me desgastou mais do que eu havia imaginado) e comecei a
recitar a magia.
A cruz começou a rachar e o corpo de Lúcifer ganhava brilho
e vida pouco a pouco, quando terminei, ele iluminou toda a nave da igreja me cegando
por alguns segundos. O brilho parou e ele desceu flutuando. Cabelos alaranjados
e curtos, feições finas e olhos verdes. O brilho se transformou em uma calça
verde militar e botas pretas.
- Obrigado por me libertar – Sua voz era incrivelmente
normal – A quem devo minha gratidão?
- Meu nome é John, mas você não me deve nada, preciso de uma
coisa que está com você.
- E o que seria? – ele perguntou – Como pode ver, fui selado
por um verme, sem posse de nada.
- Já ouviu falar nas armas de Eric?
Acho que ele entendeu o que eu quis dizer, pois olhou para o
próprio estomago como se agora tudo fizesse sentido.
- Diga-me guerreiro, como eu retiro esse poder, e lhe
garantirei um papel de destaque no novo mundo que criarei!
- Você não entende nada do que está acontecendo no universo...
Além disso, quem vai criar um novo mundo serei eu!
Peguei os dois revolveres e atirei sem parar. Lúcifer era forte,
e rebateu todas as balas com a palma das mãos. Ambos pulamos para trás e expandimos
as auras. Então uma coisa que eu nunca havia visto aconteceu, minha aura foi
completamente sucumbida, entretanto eu não sentia os poderes da aura de Lúcifer
sobre mim.
- Sua aura é poderosa, John –Ele disse – A Fênix encontrou
um bom hospedeiro, mas não importa, pois enquanto estiver dentro do meu território,
nenhum poder alem do meu poderá se sobressair. Se quiser me vencer terá que ser
na força, pois no espírito você já perdeu. Vou destruir você e fazer você me
dizer como eu retiro esse poder que reside dentro de mim!
Lúcifer possuía um dos tipos mais raros de auras; o da
supressão. Pessoas com esse poder geralmente são fisicamente extraordinários,
por isso são praticamente impossíveis de se vencer em uma luta justa, mas agora
eu não podia parar. “Fênix, pode fazer alguma coisa contra isso?”. Sem resposta.
Não sabia dizer se aura de Lúcifer cancelava até mesmo meu contato com o pássaro,
ou se ele estava simplesmente me ignorando. Ia ter que lutar somente com o que
eu tinha: um cajado que não servia pra muita coisa já que não podia usar minha
aura, o que limitava o numero de magias que eu podia usar somente com energia física
e dois revolveres.
Lúcifer era incrivelmente rápido, para quem tinha acabado de
acordar [Sim Bryan, mais rápido que você] e começou a desferir socos que eu não
conseguia defender. Uma seqüência de socos e fui jogado sobre a pilha de
bancos. Rolei para o lado e comecei a atirar tudo que eu tinha, por sorte eu
ainda conseguia produzir balas de fogo mágico com a energia física, mas era
arriscado fazer isso, em breve não teria forças pra me mover. Parei de atirar
procurando conservar minhas energias e corri em direção a ele. Levei alguns
socos até conseguir acompanhar a velocidade dele. Não adiantou nada... Quando percebi
o pé direito de Lúcifer já estava a centímetros de minha cabeça, fui jogado
novamente na pilha de bancos.
Minha vontade era de ficar ali sabe, então pensei em Bryan,
e como ele seria o grande herói do universo caso eu falhasse ali (pode pensar
que eu sou invejoso, não ligo) e uma grande fúria me atingiu, levantei
espalhando os bancos pra todos os lados. Meu espírito estava emanando um poder
diferente da aura convencional, eu não sabia o que era, mas estava muito
confiante. Peguei os revolveres e atirei novamente, ele tentou defender com as
mãos, mas as balas o atingiram derrubando-o.
- Parece que você possui algo afinal de contas – Lúcifer
parecia feliz – Assim será mais divertido, quando eu mandar você de volta pra
sopa primordial!
Eu não esperei que ele terminasse, peguei o cajado e corri
na direção dele. Pulei o mais alto que pude, envolvi o cajado com chamas azuis
e o lancei. Peguei as armas e comecei a atirar enquanto caia [Não Bryan, essa
estratégia não é sua]. Lúcifer tentou defender o cajado, mas o fogo azul
começou a cobrir seu corpo, o que aumentava o poder das balas. O dano deveria
ter sido gigantesco, mas ele começou a rir. Cheguei ao chão e parei de atirar,
já que ele não parava de rir.
- Magnífico, John, magnífico!
Pulei para trás, um circulo mágico apareceu sobre os pés de Lúcifer
e o cobriu com um brilho negro que logo se transformou em uma armadura e uma
espada da mesma cor. Podia sentir a diferença de poderes; sem a Fênix não
poderia derrotá-lo.
- Chegou a hora de virar NADA!
Ele esticou as mãos e uma onda de choque negro me atingiu,
me deixando paralisado. Não havia o que fazer, Lúcifer deferiu um golpe com a
espada que me atingiria no peito. Por sorte, meu cajado se moveu sozinho e
defendeu o ataque, mas a espada de Lúcifer o partiu ao meio.
Eu ainda estava paralisado, a próxima espadada seria fatal,
mas uma voz conhecida gritou de longe:
- Você não faria isso, faria Lúcifer?
Arion caminhava pela sala, tirando alguns bancos do caminho.
- Você se envolve com pessoas muito interessantes, Arion!
Para minha surpresa eles se conheciam. De certo, os efeitos
do choque negro haviam terminado e eu consegui me mexer. Me afastei o Maximo que
pude.
- Arion – Gritei – Você conhece esse cara?
- Digamos que nós lutamos juntos algumas vezes, há muito
tempo atrás – Ele respondeu.
- Arion – Disse Lúcifer – nós lutamos juntos no passado, mas
agora eu irei destruir vocês dois.
- Sem ressentimentos!
Arion olhou para mim e eu entendi de imediato, nós dois lutávamos
muito bem em conjunto e essa seria a melhor hora.